segunda-feira, 14 de outubro de 2013

VOCÊ JÁ OROU DE VERDADE? by SPURGEON

 Querido amigo leitor, peço que leia esta mensagem do pregador Spurgeon com o coração aberto, impedido de sentir-lhe aversão antes de entender totalmente a mensagem, pois é uma orientação para eficácia da oração! Lembre-se não se trata de perder a intimidade com o Pai ou de esquecer que Ele é nosso melhor amigo e nos entende mesmo quando apenas gememos em oração , ou que Ele não saiba o que vamos dizer antes mesmo de abrirmos a boca, mas de demonstrarmos todo nosso amor, gratidão e reverência.Que o Senhor te abençoe!
" Há uma ideia popular de que a oração é uma coisa muito fácil, uma espécie de atividade comum que pode ser feita de qualquer forma, sem nenhum cuidado ou esforço. Alguns pensam que somente é necessário pegar um livro, utilizar certo número de palavras atraentes  e assim terá orado, podendo então guardá-lo novamente. Outros supõem que usar um livro é coisa supersticiosa, e aquilo que se deveria fazer é repetir uma série de frases improvisadas, frases essas que viriam à mente de súbito como uma manada de porcos ou uma matilha de cães, e uma vez tendo-as pronunciado com certa atenção, pronto, a oração foi feita.
Ora, nenhum desses modos de orar foi adotado pelos santos do passado. Parece que eles pensaram muito mais seriamente sobre oração do que muitos pensam em nossos dias. Parece ter sido algo importantíssimo para eles - um exercício constantemente praticado, no qual alguns deles atingiram grande eminência e foram, dessa forma, singularmente abençoados. Ceifaram grandes colheitas no campo da oração e descobriram que o propiciatório é uma mina de tesouros inimagináveis.
Os santos do passado tiveram o costume de colocarem em ordem, como Jó, sua causa diante de Deus. Assim como um peticionário não vai a uma corte impulsivamente, sem antes pensar no que vai dizer, mas entra na sala de audiências com seu processo bem preparado, tendo também aprendido como deve se comportar diante da grande autoridade a quem vai apelar, da mesma forma é bom que nos aproximemos do trono do Rei dos reis, tanto quanto possível, com premeditação e preparação, sabendo o que fazemos, qual a nossa posição e o que desejamos obter. Em tempos de perigo e aflição podemos correr para Deus da forma como estamos, assim como a pomba voa para uma fenda na rocha, mesmo que suas penas estejam arrepiadas; mas em tempos normais não deveríamos nos aproximar dEle com espírito despreparado, assim como uma criança não se aproxima do seu pai pela manhã sem antes ter lavado o rosto.
Veja ali o sacerdote; ele tem um sacrifício para oferecer, porém não se apressa para o pátio dos sacerdotes a fim de picar o novilho com o primeiro machado em que puder pôr a mão. Pelo contrário quando se levanta lava seus pés na bacia de bronze, coloca suas vestimentas e se enfeita com seus trajes sacerdotais. Então ele se achega ao altar com sua vítima adequadamente dividida de acordo com a lei. Sendo cuidadoso em fazer de conformidade com o mandamento  mesmo em coisas simples tais como onde colocar a gordura, o fígado e os rins. Ele põe o sangue numa bacia, derrama-o num lugar apropriado aos pés do altar, não o jogando de forma que mais lhe agrade, e acende o fogo, não com chama comum, e sim com o fogo sagrado retirado do altar. Atualmente todo este ritual foi superado, mas a verdade que ele ensinava permanece a mesma; nossos sacrifícios espirituais devem ser oferecidos com santo cuidado. Deus nos livre de que nossa oração seja somente saltar da cama, ajoelhar-nos e dizer qualquer coisa que venha à mente. Pelo contrário, que possamos esperar no Senhor com santo temor e reverência."